Cineastas franceses acusados de violência sexual serão apresentados à justiça

O mundo do cinema francês está abalado com as acusações de violência sexual feitas pela atriz Judith Godrèche contra os cineastas Benoît Jacquot e Jacques Doillon. Após 48 horas sob custódia policial, Jacquot será apresentado à justiça francesa, enquanto Doillon foi libertado sem acusação.

As advogadas dos cineastas denunciaram a custódia policial como questionável, argumentando que a prescrição dos supostos crimes e a antiguidade dos fatos deveriam ter sido consideradas. A cobertura midiática dessas medidas também foi criticada, com as advogadas apontando ataques à presunção de inocência de seus clientes.

A investigação da Procuradoria de Paris se concentra em alegados crimes como violação de menor e violência doméstica. Godrèche acusou Jacquot de violação e Doillon de agressão sexual, provocando uma nova tempestade no movimento #MeToo francês.

Jacquot, conhecido por seus mais de 50 filmes, incluindo “Adeus, Minha Rainha” e “Eva”, afirmou que precisava estar “apaixonado” por suas atrizes para filmá-las. Ele trabalhou com grandes nomes como Catherine Deneuve e Isabelle Huppert, mas também com atrizes mais jovens, como Isild le Besco.

Doillon, por sua vez, tem trinta filmes em seu currículo, com destaque para “Ponette” e “Rodin”. As acusações contra esses renomados cineastas franceses levantam questões sobre o poder e a ética na indústria do cinema, e a necessidade de dar voz às vítimas de violência sexual.

A audiência na quarta-feira promete ser um momento crucial para a justiça francesa e para o movimento #MeToo, reacendendo o debate sobre o tratamento das denúncias de violência sexual no mundo do entretenimento. Vamos acompanhar de perto os desdobramentos desse caso e continuar a luta por um ambiente seguro e respeitoso para todos na indústria cinematográfica.